Giordano Bruno



Giordano Bruno nasceu em Nola, perto de Napoles, Itália. Ele tornou-se religioso dominicano e estudou a filosofia aristotélica. Atraido pelo pensamento não ortodoxo, Giordano Bruno logo teve que deixar Napoles, em 1576, e Roma, em 1577, para escapar da Inquisição.

Ele foi então para a França, onde viveu até 1583. Depois mudou-se para Londres onde permaneceu até 1585.

Bruno estava vivendo em Londres quando conheceu o livro de Thomas Digges. Ele prontamente adotou as idéias ali contidas, que falavam de um universo sem contorno, e voltou sua atenção para a conclusão lógica, previamente mostrada por Nicholas de Cusa, de que o universo também não possui centro.

Giordano Bruno procurou desenvolver os ensinamentos de Copernicus de uma maneira filosófica. Seu maior trabalho foi divulgar, com veemência, essas idéias. Giordano foi um forte crítico das doutrinas de Aristoteles e Ptolomeus tornando-se um dos grandes defensores das teorias de Democritus e Epicurus.



Ele rejeitava os ensinamentos de Aristoteles que diziam que o universo era finito, Ele também criticava a idéia de que havia um centro absolutamente determinado no universo

Giordano Bruno deve ser considerado o principal representante da doutrina do Universo descentralizado, infinito e infinitamente povoado. Ele não só a apregoou em toda a Europa Ocidental com o fervor de um evangelista como foi o primeiro a formular sistematicamente as razões pelas quais ela, mais tarde, foi aceita pela opinião pública.

Giordano Bruno escreveu vários livros:

  • Candelaio (1582)
  • De umbris idearum (1582)
  • Cena de le Ceneri (1584)
  • De la causa, principio e uno (1584)
  • De l'infinito, universo e mondi (1584)
  • Spaccio de la bestia trionfante (1584)
  • De gli eroici furori (1585)
  • De minimo (1591)
  • De monade (1591)
  • De immenso et innumerabilis (1591)
Em 1584 Giordano Bruno escreveu seus mais importantes trabalhos. No seu livro "La Cena de le Ceneri" Giordano Bruno apresenta a melhor discussão e refutação, escrita antes de Galileu, das objeções clássicas, sejam elas aristotélicas ou ptolomaicas, contra o movimento da Terra. Neste texto ele defendia com ardor a teoria heliocêntrica.

No seu livro "De l'infinito, universo e mondi" ele afirma de maneira precisa, resoluta e consciente que o espaço é infinito. Ele também tem a ousadia de afirmar que movimento e mutação são sinais de perfeição e não de ausência de perfeição. Um universo imutável seria um universo morto. Um universo vivo tem de ser capaz de mover-se e de se modificar.

Segundo Bruno como poderia o espaço "vazio" deixar de ser uniforme ou vice-versa, como poderia o "vazio" uniforme deixar de ser ilimitado e infinito? Do ponto de vista de Bruno a concepção aritotélica de um espaço fechado no interior do mundo é não só falsa como absurda.

Neste livro Giordano também afirma que o universo contém um número infinito de mundos habitados por seres inteligentes.

As afirmações de Giordano Bruno eram avançadas demais para a época em que ele vivia. Ao contrário de Digges, Giordano Bruno não imergiu os corpos celestes nos céus da teologia: ele nada nos fala sobre anjos e santos. Isso era demais para ser tolerado.

Em 1591 Giordano Bruno mudou-se para Veneza onde foi preso pela Inquisição e julgado. Devido às suas declarações Giordano Bruno foi enviado para Roma, para um segundo julgamento, onde permaneceu preso em uma cadeia eclesiástica e foi continuamente interrogado até o ano 1600. Após ter sido torturado, e bravamente ter se recusado a se retratar das idéias que propagava, Giordano Bruno foi queimado vivo em uma praça pública no ano 1600 em Roma, Itália.