Sexta-feira, 5 de Junho de 2009

Teletransporte

O teletransporte ou teleporte é o processo de moção de objetos de um lugar para outro, em curto intervalo de tempo, sem a passagem pelo espaço intermediário.

O teletransporte ainda é restrito ao campo de ficção científica e da ciência especulativa. É importante ressaltar que teletransporte como definido aqui e na ficção científica, não tem relação com teletransporte quântico, um termo técnico-científico utilizado na Física quântica para denotar transporte de informação (e não criação e destruição de matéria).
Índice


Introdução

Desde que a roda foi inventada, há mais de 5 mil anos, as pessoas têm criado novas maneiras de viajar mais rápido de um lugar para o outro. A carruagem, a bicicleta, o automóvel, o avião e o foguete foram inventados para diminuir o tempo que se gasta para chegar aos destinos. Mesmo assim, todas essas formas de transporte têm o mesmo defeito e elas requerem que você percorra uma distância física, o que pode levar de alguns minutos a muitas horas, dependendo dos pontos iniciais e finais.

Mas, e se existisse uma maneira de ir da sua casa ao supermercado sem ter que usar um carro ou do seu quintal para a estação espacial internacional sem ter de usar uma espaçonave? Existem cientistas trabalhando neste tipo de viagem. Ela combina propriedades das telecomunicações e dos transportes para criar um sistema chamado teletransporte. Neste artigo, você vai conhecer experimentos que conseguiram teletransportar fótons. Você também vai descobrir como poderemos usar o teletransporte para viajar a qualquer lugar e a qualquer hora.

O que é o teletransporte?

O teletransporte envolve a desmaterialização de um objeto em um ponto e o envio das configurações atômicas deste objeto para outra localidade, onde ele será reconstruído. Isso significa que o tempo e o espaço pode ser eliminado na viagem. Podemos nos transportar para qualquer lugar de forma instantânea, sem precisar percorrer uma distância física.

Muitos já conhecem a idéia do teletransporte e de outras tecnologias futuristas através da série de televisão Star Trek , baseada em contos escritos por Gene Roddenberry. Os espectadores ficaram maravilhados com as viagens interestelares do Capitão Kirk, Sr. Spock e Dr. McCoy, e como eles se teletransportavam pelo universo.

Em 1993, a idéia do teletransporte saiu do campo da ficção científica e entrou para o mundo da possibilidade teórica. O físico Charles Bennett e um grupo de pesquisadores da IBM (em inglês) confirmaram que o teletransporte quântico era possível, mas somente se o objeto transportado fosse destruído. Esta revelação, anunciada em março de 1993 por Bennet, no encontro anual da American Physical Society (em inglês), aconteceu um pouco antes da publicação do relatório das suas descobertas na edição de 29 de março de 1993, da Physical Review Letters (em inglês). Desde aquela época, experiências utilizando fótons mostraram que o teletransporte quântico era, de fato, possível.

Teletransporte: experimentos recentes

Em 1998, físicos do California Institute of Technology (Caltech) (em inglês), junto com dois grupos europeus, transformam as idéias da IBM em realidade ao transportar com sucesso um fóton, uma partícula de energia que carrega luz. O grupo Caltech conseguiu ler a estrutura atômica de um fóton e enviou esta informação em 1 m de cabo coaxial para criar uma réplica deste fóton. Como tinha sido previsto, o fóton original não existia mais depois que a réplica foi feita.

Durante o experimento, o grupo Caltech conseguiu contornar o princípio da incerteza de Heisenberg, a principal barreira para o teletransporte de objetos maiores que um fóton. Este princípio diz que você não pode saber, simultaneamente, o local e a velocidade de uma partícula. Mas se você não sabe a posição da partícula, como pode teletransportá-la? Para teletransportar um fóton sem violar o princípio de Heisenber, os físicos da Caltech utilizaram um fenômeno conhecido como entrelaçamento. No entrelaçamento, pelo menos três fótons são necessários para realizar o teletransporte quântico.

* Fóton A: o fóton a ser teletransportado
* Fóton B: o fóton de transporte
* Fóton C: o fóton entrelaçado com o fóton B

Se os pesquisadores tentassem olhar o fóton A de perto sem o entrelaçamento, eles poderiam provocar uma colisão e, conseqüentemente, modificá-lo. Ao entrelaçar os fótons B e C, os pesquisadores podem extrair informação sobre o fóton A. O restante da informação seria transferida para o fóton B por meio do entrelaçamento e depois para o fóton C. Quando os pesquisadores aplicam a informação do fóton A no fóton C, eles podem criar uma réplica exata do fóton A, porém, este fóton deixa de existir da maneira como existia antes da informação ser enviada para o fóton C.

Em outras palavras, quando o capitão Kirk se teletransporta para um planeta alienígena, uma análise da sua estrutura atômica passa pela sala de transporte para o destino desejado, onde a réplica do Kirk é criada e o original é destruído.

Um experimento de sucesso foi realizado na Universidade Nacional da Austrália, quando os pesquisadores teletransportaram um raio laser.

O mais recente experimento de sucesso em teletransporte ocorreu em 4 de outubro de 2006, no Instituto Niels Bohr, em Copenhagen, Dinamarca. O Dr Eugene Polzik e sua equipe teletransportaram informações armazenadas em um raio laser, em uma nuvem de átomos. De acordo com Polzik: "é um passo adiante, pois pela primeira vez envolveu o teletransporte entre luz e matéria, dois objetos distintos. Um é o portador da informação e o outro é o meio de armazenamento" (CBC). A informação foi teletransportada por 0,5m.

A idéia de criar réplicas e destruir originais ainda não é atrativa para as pessoas, mas o teletransporte quântico pode ajudar a computação quântica. Estes experimentos com os fótons são importantes para o desenvolvimento das redes que distribuem informação quântica. O professor Samuel Braunstein, da universidade de Wales, em Bangor, criou uma rede chamada "internet quântica". Esta tecnologia pode ser usada um dia para construir um computador quântico que tem taxas de transmissão de dados muitas vezes mais rápidas que o computador mais moderno.

Teletransporte de pessoas

Ainda estamos longe do desenvolvimento de uma máquina de teletransporte como a que aparece na série Star Trek. As leis da física podem até impedir que exista um teletransportador que envie uma pessoa, instantaneamente, para outro lugar. Isso precisaria ser feito na velocidade da luz.

Para uma pessoa ser teletransportada, uma máquina teria que ser construída para identificar e analisar todos os 10^28 átomos que formam um corpo humano, o que significa mais de um trilhão de átomos. Esta máquina teria que enviar essa informação para outro lugar, onde o corpo da pessoa seria reconstruído com precisão. As moléculas não poderiam estar 1 mm fora do lugar, já que isso poderia deixar a pessoa com graves defeitos neurológicos ou fisiológicos.

Nos episódios de Star Trek (Jornada na estrelas) e nas outras séries que surgiram depois, o teletransporte era feito por uma máquina chamada transportador. Esta máquina era, basicamente, uma plataforma onde ficavam os personagens, enquanto Scotty operava os controles. A máquina analisava cada átomo da pessoa na plataforma e usava uma onda transportadora para transmitir estas moléculas para onde a tripulação quisesse ir. Os telespectadores testemunhavam o Capitão Kirk e sua tripulação desaparecerem e reaparecerem instantamente em um planeta distante.

Se essa máquina existisse, seria improvável que a pessoa transportada fosse realmente "transportada". Funcionaria mais ou menos como uma aparelho de fax. Uma réplica da pessoa apareceria do outro lado da transmissão. Mas o que aconteceria com o original? Uma teoria sugere que o teletransporte deveria combinar clonagem genética com digitalização.

Nesta clonagem biodigital, os tele-viajantes teriam que morrer. Seus corpos e mentes originais deixariam de existir. A sua estrutura atômica seria copiada para outra localidade e a digitalização recriaria as memórias, emoções, esperanças e sonhos dos viajantes. Então eles ainda iriam existir, mas em um novo corpo, com a mesma estrutura atômica do corpo original e programado com a mesma informação.

Como todas as outras tecnologias, os cientistas continuam a melhorar a idéia do teletransporte até que se torne possível utilizá-la sem métodos tão agressivos. Um dia, um dos seus descendentes vai terminar um dia de trabalho num escritório espacial situado a milhões de anos-luz da Terra e falar para o seu relógio de pulso transportá-lo para casa, no planeta X. Quando ele terminar de pronunciar estas palavras, já vai estar sentado à mesa de jantar.

Fonte do texto: Wikipédia (com alterações)

Marcadores: , , ,

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Início